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A Senhora Dança? A Mandy pelas danças da vida.

Um blog para todas as mulheres depois dos “entas” . Mulheres que, na plenitude das suas vidas, desejam celebrar a liberdade de assumirem a sua idade, as suas rugas, os seus cabelos brancos e que querem ser felizes

A Senhora Dança? A Mandy pelas danças da vida.

A geração que derrubou estereótipos sobre o amor depois dos 60

Apesar do cepticismo de muitos, a idade , realmente, não é um empecilho para se encontrar um amor. Neste artigo, da jornalista Viviane Bevilacqua, publicado na revista Donna, vai poder ler um depoimento de pessoas que, depois dos 60 anos, tiveram uma segunda – ou terceira – chance e retomaram a sua vida amorosa com parceiros, normalmente encontrados – ou reencontrados – através da internet, como o caso de Leonardo e Lúcia.

A geração que derrubou estereótipos sobre o amo

Leonardo Petry e Lúcia Pesca tiveram um namorico de adolescentes e reencontraram-se 45 anos depois

Leia: Naquela noite, de quarta-feira, ela recebeu notificações de um nome familiar nas suas publicações, no Facebook. Aquele tipo de curtida (gosto) de quem não está muito preocupado em esconder que andou bisbilhotando no perfil alheio. Intrigada, abriu a janelinha de conversa (bate-papo). Perguntou-lhe, afinal de contas, de onde os dois se conheciam. Refrescada a memória – já haviam até se beijado numa festa, certa vez –, começaram a conversa. Assim passaram o restante daquela semana: trocando mensagens e emojis sorridentes até que resolveram se encontrar, pessoalmente. Ele morava na Serra, mas sem problemas. No fim de semana, estaria na Capital e gostaria que pudessem encontrar-se. Quando ela passou para buscá-lo, ele entrou no carro e, sem delongas, deu um beijo na boca da motorista. Recuperado o fôlego, ela “protestou”: – Mas ouve lá, que ousadia é essa? – mas qual é o problema, eu quis partir de onde a gente havia parado. A “estorinha" tem pontos em comum com qualquer outro casal: os namoriscos nas redes sociais, a troca de mensagens mal-intencionadas até os encontros pessoais. Tudo muito natural em 2017. O curioso aqui é que, entre o primeiro e o segundo beijo de Lúcia Pesca e Leonardo Petry, passaram-se 45 anos. Um ano e meio depois do episódio, a “estorinha” tem grande chance de ser narrada para os convidados, em 9 de Setembro, quando a psicóloga e terapeuta sexual Lúcia e o produtor rural Leonardo celebraramo aniversário de 60 anos dela e o segundo casamento de ambos. Um “sessentamento”, como ela baptizou o evento.

Leonardo Petry e Lucia Pesca tiveram um namorico d

 

“Pode parecer que esse reencontro veio tarde, mas veio na fase da vida em que a gente mais pode aproveitar a companhia um do outro”, diz Leo | Foto: Jefferson Botega, Agência RBS

Embora boa parte dos casais dessa faixa etária não chegue ao ponto de trocar alianças, o relacionamento de Lúcia e Leonardo é emblemático. Trata-se de uma geração que chega à sexta década com a vida amorosa muito mais leve, activa e, por que não, fogosa que os filhos e os netos costumavam imaginar sobre os avós. Sim, eles namoram, trocam de parceiros, conhecem gente via internet, reencontram ex-namorados. São comportamentos que, pela peculiaridade da idade, até se intensificam depois dos 60. Mas não falta quem ainda fique chocado. – Quando eu conto sobre o casamento, alguns reagem com aquele silêncio carregado de julgamento. Outros acham maravilhoso, mas irreverente. No meu consultório, percebo que essa máxima de que namorar é algo para jovens é contraditória em relação à vontade das pessoas. Muitos querem alguém nessa idade, mas têm vergonha de sentir essa necessidade e de ir atrás. Sempre digo: “Quem sabe se tu tentares?” A primeira coisa que é preciso mudar é na cabeça das pessoas é esse preconceito – declara Lúcia. Há, claro, factores físicos envolvidos nesse comportamento, mas graças aos avanços da medicina e à consciencialização de que a qualidade de vida requer cuidados com o corpo e a saúde, hoje envelhece-se melhor. Amar melhor, portanto, vem na esteira de uma mudança mais ampla. Porém, de acordo com a antropóloga Mirian Goldenberg, autora de A Bela Velhice (Editora Record, 2013) entre outros aspectos sobre essa fase da vida, há uma mudança geracional operando nesses novos relacionamentos amorosos. – É preciso olhar para quem está envelhecendo. Essa geração que hoje está com 60 e poucos anos é aquela mesma que, nas décadas de 1960 e 1970, fez a revolução sexual. Essas mulheres são aquelas mesmas que foram as primeiras a não casar virgens, a tomar pílula, a ter menos filhos, a trabalhar, a divorciar-se… É natural que elas também envelheçam de uma maneira diferente. Essa mulher rejeita a ideia de que, depois de casar e ter filhos, já cumpriu seu papel e deve retirar-se da vida amorosa. Costumo dizer que, se o século 20 foi o da revolução das mulheres, e o século 21 é o da revolução dos velhos – declara Mirian.

A gerontóloga Anelise Giacomet celebra as mulhere

A gerontóloga Anelise Giacomet celebra as mulheres descobrindo o orgasmo na velhice, mas preocupa-se com o descaso (não caso) dos homens 60+ com o sexo seguro.

Um novo nome para uma nova velhice A diferença entre a imagem que se tem deles e a realidade é tanta que gerou um problema linguístico. Não há mais uma palavra que represente bem quem passou dos 60 anos. Velhos? Idosos? Terceira idade? Melhor idade? Bem, o que consola é que nem eles sabem direito como desejam ser chamados. – Muitos deles não se sentem velhos, mas acham que não chamar de velho é recorrer a eufemismos. O único consenso é ter pavor a esse “melhor idade” – observa a psicóloga Luciana de Morais. Luciana é uma das fundadoras da Vitamina Pesquisa, empresa que, actualmente, colecta depoimentos e dados com o objectivo de desvendar como esse público poderia ser representado com mais fidelidade. Por ora, o termo escolhido para definir o público é o “60+”, o mesmo da capa de Donna. Quando o assunto é amor e relacionamento, a imagem que surge de alguns depoimentos é bem distante da de um casal de velhinhos claudicantes e sorridentes passeando na praça. Anelise Giacomet, gerontologista, de 64 anos, relata casos para todos os gostos. Sabe de mulheres, por exemplo, que só descobriram o que é orgasmo na velhice, depois de viuvarem dos maridos com quem se casaram ainda adolescentes. Tem amigas e amigos cujos perfis já jubilaram em sites de relacionamento (nos aplicativos ainda são raridade). A própria Anelise já conheceu namorados assim e recomenda a experiência. Mas nem todos, destaca, procuram um par. – Tem quem não queira mais, simplesmente. Isso é mais recorrente em mulheres, há quem prefira usar o seu tempo para viajar, para se divertir. Ou que pelo menos não sacrifique a sua liberdade para ter um relacionamento – conta.

 

Fonte : Viviane Bevilacqua, in revista Donna - 50 e mais (Texto adaptado)

 

Mandy Martins-Pereira escreve de acordo com a antiga ortografia

Quem atravessa cinco décadas...

"Só quem atravessa ao menos cinco décadas de vida pode entender a bênção que é entrar na segunda juventude". Claro que antes é preciso passar pelo purgatório. Poucos chegam aos 50 anos sem fazer uma profunda reflexão sobre a finitude, e dá um frio na barriga, claro. Amedronta principalmente quem ainda não fez nem metade do que gostaria de já ter feito a essa altura. Será que vai dar tempo? Passado o susto, a resposta: vai. E se não der, não tem problema. Você não precisa morrer colecionando vontades não realizadas. Troque de vontades e siga em frente sem ruminar arrependimentos. Você finalmente atingiu o apogeu da sua juventude: é livre como nunca foi antes. Então, não passe mais nem um dia ao lado de alguém que lhe esnoba, lhe provoca, que não se importa com seus sentimentos. Pare de inventar razões para manter seus infortúnios, você já fez sacrifícios suficientes, agora se permita um caminho mais fácil. Se ainda dá trela a fantasmas, se ainda pensa em vingancinhas ordinárias, se ainda não perdoou seus pais e seu passado, se ainda perde tempo com vaidades e ambições desmedidas, se ainda está preocupado com o que os outros pensam sobre você, está pedindo: logo, logo virará um caco. Para alcançar e merecer a segunda juventude, é preciso se desapegar de todas aquelas preocupações que havia na primeira. Quando essa Juventude Parte 2 terminar, não virá a Juventude Parte 3, mas o fim. Ou seja, esta é a última e deliciosa oportunidade de abandonar os rancores, não perder mais tempo com besteiras e dar adeus à arrogância, à petulância, à agressividade, ou seja, adeus às armas, aquelas que você usava para se defender contra inimigos imaginários. Agora ninguém mais lhe ataca, só o tempo – em vez de brigar contra ele, alie-se a ele, tome o tempo todo para si. Eu sei que você teve problemas, e talvez ainda tenha – muitos. Eu também tive, talvez não tão graves, depende da perspectiva que se olha. Mas isso não pode nos impedir a graça de sermos joviais como nunca fomos antes. Lembra quando você dizia que só gostaria de voltar à adolescência se pudesse ter a cabeça que tem hoje? Praticamente está acontecendo. Essa é a diferença que tem que ser comemorada. Na primeira juventude, tudo vai acontecer. Na segunda, está acontecendo."

Martha Medeiros

 

Lou Kenny - Na profissão desde os 18 anos, a mode

FOTOGRAFIA : Lou Kenny - a modelo australiana, hoje com 58 anos, continua deslumbrante nas passerelles e à frente de grandes marcas como a L'Oreal. © All Rights Reserved / heatherfavell