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A Senhora Dança? A Mandy pelas danças da vida.

Um blog para todas as mulheres depois dos “entas” . Mulheres que, na plenitude das suas vidas, desejam celebrar a liberdade de assumirem a sua idade, as suas rugas, os seus cabelos brancos e que querem ser felizes

A Senhora Dança? A Mandy pelas danças da vida.

INSPIRAÇÃO - Aos 76 anos, Gisella Amaral fez a sua primeira campanha para uma grife

Qualquer evento que se preze no Rio não pode prescindir da presença mais elegante da cidade: quase sempre com looks monocromáticos, com maxibijuterias e uma vasta e lindíssima cabeleira grisalha, Gisella Amaral adentra os salões com o sorriso mais sereno e irresistível do pedaço.

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Em sua cobertura no Rio, tendo ao fundo obra de Claudio Tozzi, Gisella Amaral posa com look de seu acervo pessoal, da extinta grife carioca Santa Ephigênia (Foto: Daniel Mattar)

 

Aos 76 anos, Gisella contou que se surpreendeu ao receber o convite de Priscila Barcelos, directora criativa da Eva, a grife feminina do grupo carioca Reserva, para ser a musa de uma campanha da marca. “Top model, eu? Não sou modelo de nada, muito menos top. Eu sou base. Top model é meu marido”, diverte-se. “Ele é a grande estrela, e eu sou o palco para ele brilhar. Mas se o palco se zanga, sai de baixo”, completa. Ela posou duas vezes para a marca: num estúdio na região portuária do Rio e em sua cobertura, no Leblon, que também serviu de cenário para as fotos que ilustraram as páginas da Vogue.

gisela_amaral-2Foto : Daniel Mattar

Sua vitalidade emocionou Priscila e Dudu Bertholini, que foi o stylist da campanha. “Escolhemos Gisella porque não queríamos apenas uma modelo, mas um modelo. Ela é uma inspiração não só de elegância, mas também de força, de energia e de solidariedade”, justifica a estilista. O cachê será distribuído entre algumas das 39 entidades filantrópicas que Gisella apoia. “Tem algumas bem pobrezinhas, bem pequenininhas, que estão precisando muito. Neste momento de crise, eu não poderia perder a oportunidade de fazer isso por elas”, diz.

gisela_amaral-3Foto : Daniel Mattar

Na hora das fotos, sua inspiração foi Diana Vreeland, a mítica editora da Vogue americana nos anos 60. “Eu a encontrei algumas vezes, era uma mulher fascinante. Fazia gestos, olhares, marcava, se impunha. Era uma feia que ficava bonita ao segundo olhar”, relembra ela, que veste o que quer e gosta, independentemente de moda, tempo e lugar.

À excepção da aliança de casamento e de um anel de Nossa Senhora das Graças que lhe foi presenteado pela amiga Beth Serpa, não usa jóias. “Trabalhando com caridade, não consigo gastar com jóias”, explica. “Me acho muito sem graça, alta, marrom e, agora, de cabelo branco, pareço um charuto aceso. Então abuso de bijuterias, que têm o mesmo efeito de me enfeitar.”

Gisella chega a percorrer 14 lugares diferentes num mesmo dia, entre as instituições que visita e os compromissos sociais. “Montei um camarim no carro para ir trocando de roupa. Eu mesma faço minha maquiagem, que é basicamente lápis preto no olho. Não pinto unha, cabelo, boca, nada. Só meus olhos, que são pequenininhos”, conta. A silhueta impecável é mantida com ioga, pilates e 2.000 braçadas de natação.

gisela_amaral-4Foto : Daniel Mattar

Alguma coisa mudou nos seus 77 anos de vida ? “Se mudei alguma coisa, foi aos 41, quando sofri uma queda de cavalo, fiquei em coma e tive de reaprender tudo na vida. Só reconhecia meus filhos, meu marido e meu pai e, ainda assim, trocava os nomes. E só falava francês, um pouquinho de italiano, e com as plantas. Eu chorava dizendo que elas não quer iam ser minhas amigas porque não me respondiam. Quando eu não sabia alguma coisa, dizia tarará. Quero tarará, gosto de tarará. Não foi uma mudança; foi um renascimento.”

 

Fonte : VOGUE Brasil, com Bruno Astuto (Texto adaptado)

 

 

 

A actriz norte-americana Jane Fonda veio a Portugal, em 2016, para falar sobre o envelhecimento – o "terceiro acto da vida"

Jane Fonda em Portugal

 

Jane Fonda tem 79anos e  é fisicamente activa. É actriz, escritora, activista, feminista, foi modelo e guru do fitness nos anos 1980 e 1990 (as suas cassetes VHS com a rotina de treino de ginástica aeróbica foram relançadas, em DVD, no início de 2015).

Aquando da sua estada em Portugal, em Abril de 2016, para participar na conferência  “A Idade é uma Escolha”, organizada pela marca de beleza L'Oréal Paris, em Lisboa, Jane Fonda deu início à sua intervenção dizendo :  “Não podemos permitir que as dores, as nossas limitações físicas, nos definam. Eu não sou a minha dor, não sou a minha anca falsa. Já não posso correr e então? Ainda consigo andar, participar em caminhadas, posso manter-me saudável e em forma.” Foi assim que a actriz norte-americana  de olhos azuis marcados por rugas, bem maquilhada e de branco integral, começou a sua intervenção,  falando sobre a importância da mudança de paradigma de envelhecimento.

No mesmo painel juntaram-se a actriz Simone de Oliveira, de 79 anos, a jornalista Maria Elisa Domingues, de 66 anos, o médico Manuel Pinto Coelho e a directora de marketing da L'Oréal Paris, Margarida Condado, para falar sobre a importância de um envelhecimento activo e da auto-estima a um público maioritariamente feminino e com mais de 50 anos.

 “Sinto-me muito mais nova agora do que quando tinha 20 anos. Aos 20 anos era tão velha… Tínhamos de saber fazer isto e aquilo. Era "stressante”, frisou a embaixadora da L’Oréal. Não quero “romantizar” o envelhecimento – “o meu corpo está a abrandar, a gravidade está a ter efeitos, não recupero tão rápido” – mas  vejo isto como parte de um desenvolvimento humano contínuo. Continuo a fazer caminhadas, continuo a olhar quando vejo um homem de boa aparência.”

E continuo afirmando: “A beleza clássica é sobrevalorizada. Tens de ter uma certa aparência e se não tiveres, sentes-te mal. O objectivo é ser o melhor que consegues ser, fazer o melhor que conseguires. Às vezes, isso não acontece naturalmente, é preciso trabalhá-lo”, explica. Enumera vários tipos de beleza: “A perfeita e clássica, a atraente e a interior”. É a beleza interior que deve ser trabalhada, aquela que é possível atingir e expandir. Devemos manter-nos curiosos, descobrir coisas a toda a hora. Aprender a gerir os nossos traumas e "demónios”, mas também cuidar da nossa pele, cabelo, unhas, alimentação. Alguns podem chamar-lhe vaidade mas quando cuidamos de nós, isso faz-nos sentir melhor".

De acordo com os dados recolhidos pela L’Oréal Paris nos Censos da Pele – uma iniciativa que envolveu 2400 mulheres portuguesas dos 18 aos 70 anos e que pretendia aprofundar o conhecimento sobre a saúde da sua pele –, mais de 80% das mulheres considera que a pele é aquilo que as faz sentirem-se bonitas mas não lhe dão a importância devida.

“A nossa geração é a primeira a assumir e a fazer a mudança, a reinventar o envelhecimento. E, gostemos ou não,  tornámo-nos os primeiros exemplos para a geração mais nova, sobre como se preparam para as últimas etapas da vida e isso é importante.”

Ainda durante e conferência, Jane Fonda falou sobre os dados da Organização das Nações Unidas que indicam que, em 2030, Portugal será o terceiro país mais envelhecido do mundo, com 2,6 milhões de seniores – "Uau. Uma parte disso penso que seja pela vossa comida tão boa. É tão pura e fresca, isso é realmente importante", comentou – e reforçou que tudo se deve às escolhas que fazemos, à curiosidade perante a vida, às amizades que funcionam como “uma força renovável de poder”.

Antes, o médico especialista em medicina anti envelhecimento Manuel Pinto Coelho já tinha alertado para a alimentação com cuidados acrescidos: beber águas alcalinas, evitar alimentos ácidos, gorduras trans. “Nós não morremos, matamo-nos”, diz o autor do livro  “Chegar Novo a Velho”, que durante a sua investigação e prática clínica comprovou que à medida que uma pessoa envelhece, pode realmente sentir-se mais nova, menos triste, menos ansiosa.

Jane Fonda admitiu que é a fazer caminhadas no meio das montanhas ou no meio de uma floresta que se sente melhor, mais enérgica e mais bonita. “Não é comum uma pessoa da minha idade continuar a trabalhar tanto quanto eu estou”, diz a actriz sobre a sua participação na série Grace and Frankie do Netflix ou a rodagem de um filme com Robert Redford .

Criticou a cultura das celebridades: “É ridículo. Uma pessoa não deve tornar-se  famosa, porque tem uma gravação de sexo. Isto é muito idealista , só deviam tornar-se celebridades, porque o mereceram". E elogiou a evolução no mundo da cosmética (de produtos químicos para produtos cada vez mais naturais).

 

Fonte :  Texto adaptado da crónica do Público (Lifestyle)  com Inês Barbosa

Mandy Martins Pereira escreve de acordo com a ortografia antiga.