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A Senhora Dança? A Mandy pelas danças da vida.

Um blog para todas as mulheres depois dos “entas” . Mulheres que, na plenitude das suas vidas, desejam celebrar a liberdade de assumirem a sua idade, as suas rugas, os seus cabelos brancos e que querem ser felizes

A Senhora Dança? A Mandy pelas danças da vida.

Cinco razões para não comer depois das 20h

Estudos revelam que os jantares tardios estão associados ao excesso de peso e a noites mal dormidas.

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Há muito que os jantares tardios são desaconselhados por nutricionistas, dietistas e profissionais de saúde. Estudos revelam que os jantares tardios estão associados ao excesso de peso e a noites mal dormidas. Outras pessoas defendem que independentemente dos horários a que come, o que importa é se as suas refeições são saudáveis.

Perspectivas à parte, o site Eat Live Life destacou cinco boas razões para não comer depois das 20h:

Evita a azia durante a noite. Comer tarde faz com que o corpo se mantenha activo e a produzir ácidos para a digestão durante a noite, o que aumenta a probabilidade de ter azia quando está deitado.

Dorme melhor. Os estudos revelam que comer pouco antes de ir para a cama afecta o sono, dificultando a entrada na fase do sono profundo e fazendo com que acorde cansado.

Evita o ganho de peso. Os estudos sugerem que há uma ligação entre comer tarde, especialmente refeições pesadas e calóricas, e o aumento do peso. Ficar a fazer a digestão durante o sono faz com que durma mal e isso abranda o metabolismo fazendo com que tenha maior propensão para acumular peso extra. Jantar tarde também faz com que a gordura se acumule na corpo, uma vez que enquanto dorme quase não queima a energia que acaba de ingerir.

Ajuda-o a não comer demasiado. Quando janta depois das 20h, especialmente se não come nada há várias horas, é provável que tenha tanta fome que não considera as doses e as calorias ingeridas, o que acaba por fazer com que coma mais do que necessita. Isto faz com que as calorias excessivas ingeridas sejam acumuladas no corpo em forma de gordura.

Reduz o risco de diabetes tipo 2. Se janta tarde e não consumiu nada nas cinco horas antes isto faz com que os níveis de insulina disparem e ao longo do tempo pode provocar diabetes tipo 2.

 

 

Fonte : Lifestyle ~

Conselhos~ comVânia Marinho

O rosto da 'Mulher Madura' entrou na moldura de meus olhos.

A Mulher Madura

 

Vera Lucia Margutti - 56 anos-  psicopedagoga e escritora - Maringá, PR

 

 

 

O rosto da mulher madura entrou na moldura de meus olhos.

De repente, a surpreendo num banco olhando de soslaio, aguardando sua vez no balcão. Outras vezes ela passa por mim na rua entre os camelós ( comerciante de rua geralmente parte da economia informal ou clandestina, com banca improvisada, em especial nas grandes cidade ). Vezes outras a entrevejo no espelho de uma joalheria (joalharia em Português europeu). A mulher madura, com seu rosto denso esculpido como o de uma atriz grega, tem qualquer coisa de Melina Mercouri ou de Anouke Aimé.

Há uma serenidade nos seus gestos, longe dos desperdícios da adolescência, quando se esbanjam pernas, braços e bocas ruidosamente. A adolescente não sabe ainda os limites de seu corpo e vai florescendo estabanada. É como um nadador principiante, faz muito barulho, joga muita água para os lados. Enfim, desborda.

A mulher madura nada no tempo e flui com a serenidade de um peixe. O silêncio em torno de seus gestos tem algo do repouso da garça sobre o lago. Seu olhar sobre os objectos não é de gula ou de concupiscência. Seus olhos não violam as coisas, mas as envolvem ternamente. Sabem a distância entre seu corpo e o mundo.

A mulher madura é assim: tem algo de orquídea que brota exclusiva de um tronco, inteira. Não é um canteiro de margaridas jovens tagarelando nas manhãs.

A adolescente, com o brilho de seus cabelos, com essa irradiação que vem dos dentes e dos olhos, nos extasia. Mas a mulher madura tem um som de adágio em suas formas. E até no gozo ela soa com a profundidade de um violoncelo e a subtileza de um oboé sobre a campina do leito.

A boca da mulher madura tem uma indizível sabedoria. Ela chorou na madrugada e abriu-se em opaco espanto. Ela conheceu a traição e ela mesma saiu sozinha para se deixar invadir pela dimensão de outros corpos. Por isto as suas mãos são líricas no drama e repõem no seu corpo um aprendizado da macia paina (conjunto de fibras sedosas) de Setembro e Abril.

O corpo da mulher madura é um corpo que já tem história. Inscrições se fizeram em sua superfície. Seu corpo não é como na adolescência uma pura e agreste possibilidade. Ela conhece seus mecanismos, apalpa suas mensagens, decodifica as ameaças numa intimidade respeitosa.

Sei que falo de uma certa mulher madura localizada numa classe social, e os mais politizados têm que ter condescendência e me entender. A maturidade também vem à mulher pobre, mas vem com tal violência que o verde se perverte e sobre os casebres e corpos tudo se reveste de uma marrom tristeza.

Na verdade, talvez a mulher madura não se saiba assim inteira ante seu olho interior. Talvez a sua aura se inscreva melhor no olho exterior, que a maturidade é também algo que o outro nos confere, complementarmente. Maturidade é essa coisa dupla: um jogo de espelhos revelador.

Cada idade tem seu esplendor. É um equívoco pensá-lo apenas como um relâmpago de juventude, um brilho de raquetes e pernas sobre as praias do tempo. Cada idade tem seu brilho e é preciso que cada um descubra o fulgor do próprio corpo.

A mulher madura está pronta para algo definitivo.

Merece, por exemplo, sentar-se naquela praça de Siena à tarde acompanhando com o complacente olhar o vôo das andorinhas e as crianças a brincar. A mulher madura tem esse ar de que, enfim, está pronta para ir à Grécia. Descolou-se da superfície das coisas. Merece profundidades. Por isto, pode-se dizer que a mulher madura não ostenta jóias. As jóias brotaram de seu tronco, incorporaram-se naturalmente ao seu rosto, como se fossem prendas do tempo.

A mulher madura é um ser luminoso é repousante às quatro horas da tarde, quando as sereias se banham e saem discretamente perfumadas com seus filhos pelos parques do dia. Pena que seu marido não note, perdido que está nos escritórios e mesquinhas ações nos múltiplos mercados dos gestos. Ele não sabe, mas deveria voltar para casa tão maduro quanto Yves Montand e Paul Newman, quando nos seus filmes.

Sobretudo, o primeiro namorado ou o primeiro marido não sabem o que perderam em não esperá-la madurar. Ali está uma mulher madura, mais que nunca pronta para quem a souber amar.

Affonso Romano de Sant'Annam*

(15.9.85)

O texto acima foi extraído do livro "A Mulher Madura", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1986, pág. 09. * Belo Horizonte – Brasil) 27 de Março de 1937 (80 anos) escritor e poeta brasileiro